Conselho local abriu abaixo-assinado para colher assinaturas reivindicando a construção de nova unidade de atendimento.
Conselheiros locais e municipal de Saúde voltaram a se reunir com trabalhadores (as) do Centro de Saúde Vila Rica, na última quarta-feira, para dar encaminhamento às reivindicações relativas à unidade. Participaram também a diretora de Saúde, Deise Hadich, a coordenadora distrital Simone Vanzetto e a coordenadora do CS Renata de Freitas Branco.
Na reunião, o conselheiro municipal e representante do MOPS, Lucio Rodrigues, apresentou um panorama geral da situação, com foco na pauta da construção de um novo Centro de Saúde, considerando que o prédio atual não atende mais a demanda da população. Um terreno nas imediações foi apontado como um bom local para a construção da nova unidade. Segundo os conselheiros foi protocolado na Câmara dos Vereadores um requerimento solicitando informações sobre o terreno e a construção do CS.
“A Deise informou que esteve no DGDO (Departamento de Gestão e Desenvolvimento Organizacional) e também na Secretaria de Planejamento em busca de informações, e soube que o terreno proposto tem apenas esta solicitação do CS Vila Rica, que tem uma extensão de 9.000 m2 e que para a construção não precisa usar a área toda”, disse Rodrigues.
Renata reforçou que o prédio atual está fisicamente inadequado, não tem acessibilidade, conta com poucos consultórios, além de problemas estruturais de infiltração. Ela destacou que o primeiro passo é conseguir reservar o terreno para a construção do novo CS. “Para buscarmos verbas é preciso ter o local definido. Este terreno está na área de abrangência do CS Vila Rica, que atende a população dos bairros Vila Rica, Cidade Jardim, Pompeia, parte do Jardim do Lago e Vila Mimosa, num total de 15 mil moradores.” O terreno pleiteado é uma área pública que está desocupada. A Secretaria de Saúde já deu entrada, agora cabe ao Departamento de Urbanismo dar continuidade ao processo. Para sensibilizar as autoridades e garantir a reserva da área, o Conselho de Saúde deu início a um abaixo-assinado reivindicando a construção da nova unidade.
“O CMS também fez contato no DGDO e foi informado que este CS deve ser a planta tipo 3 (tem três tipos de unidades e a 3 é a mais completa), e que o custo de construção desta planta está hoje em torno de R$ 3,5 milhões. Daí a importância de irmos atrás do dinheiro por meio de emendas parlamentares e verba municipal através do PPA (Plano Plurianual) do município”, completou o representante do MOPS. Segundo o representante do CMS, o momento é de acionar deputados federais para reivindicar emendas para este pleito da Saúde.
Luiz João Batista, do Conselho local de Saúde por parte dos usuários, lembrou que a unidade Vila Rica foi a segunda construída na cidade e começou a funcionar em 1968, numa casa adaptada do bairro popular. “Naquela época Campinas tinha 140 mil habitantes, hoje passa de 1,2 milhão. Na época, a unidade era perfeita, agora não atende mais as necessidades da população”, afirmou. Segundo ele, tem apenas um banheiro para os usuários, a sala de inalação e de procedimentos é um cubículo, o local é de difícil acesso, numa rua estreita em que não dá sequer para estacionar. “Precisamos urgentemente de um novo espaço, mas também precisamos de mais profissionais trabalhando”, destacou. Luiz também alertou que nem todos são favoráveis à mudança. “Quem mora ao lado do CS não quer que mude de local. Vai ter conflito, já existe um movimento contrário à mudança”.
Outra questão refere-se ao horário de funcionamento da unidade, que era das 7h às 19h e agora atende apenas até 17h. “A questão do horário é uma luta antiga dos trabalhadores, até em função da falta de recursos humanos. Além disso, um estudo apontou que a população não acessava o serviço após as 17h, havia muita falta às consultas marcadas. Talvez num novo local, com acesso mais fácil e número adequado de funcionários, a unidade possa estender novamente o atendimento até as 19h”, disse Renata.
Já o Conselho de Saúde defende que a postura de fechar mais cedo por falta de demanda, está diretamente vinculada à falta de oferta, tanto de serviços como de profissionais. (Delma Medeiros/Especial para o CMS através do Projeto WASH)