Protesto pede o fim das privatizações na saúde

Militantes do Movimento Popular de Saúde, Frente pela Vida em Defesa do SUS Campinas e região, CUT Campinas, Conselhos Municipal e Locais de Saúde fazem mobilização em defesa do SUS, no próximo dia 2 de agosto, a partir das 15h, no Largo do Pará

Conselheiros e conselheiras de Saúde, Movimento Popular de Saúde (MOPS), usuários (as) do Sistema Único de Saúde (SUS), vereadores da bancada de esquerda, além de militantes e comunidade, organizam um ato de protesto contra o processo de privatização da saúde em Campinas, uma política de governo do prefeito Dario Saadi, coordenado pelos gestores da autarquia Rede Mário Gatti (RMG).

Os militantes marcaram uma mobilização para o dia 2 de agosto, no Largo do Pará, região central de Campinas, com concentração a partir das 15h. A proposta é seguir depois em passeata até o prédio da Prefeitura Municipal, para pressionar a administração a interromper o processo de privatização e, consequentemente, a precarização do atendimento na saúde, um direito garantido pela Constituição de 1988.

Além da privatização do Complexo Hospitalar Ouro Verde, que enfrentou uma situação de corrupção durante a administração da Organização Social Vitale; no início deste ano, a RMG privatizou a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campo Grande. E em maio, teve início o processo de terceirização da UPA São José. Nos dois casos, a vencedora do edital de Chamamento Público, foi a Associação Beneficente Cisne.

 No último dia 21, os conselhos promoveram o debate Privatizar a UPA Anchieta é bom pra Saúde?, para discutir sobre os desafios desse processo de desmonte do SUS. O debate teve por objetivo envolver a comunidade nessa discussão, saber o que a população pensa sobre a questão e ampliar as reflexões a respeito do assunto, que afeta diretamente as usuárias (os) do serviço.

Para Nayara Oliveira, presidente do CMS, a administração pública de Campinas quer transferir sua responsabilidade com a saúde da população para entidades privadas. Apesar da privatização ser uma política de governo, os militantes consideram que a mobilização social é a única maneira de tentar reverter essa situação e garantir o direito da população de ter um atendimento em saúde de qualidade. “Se o SUS não cresce, cresce a saúde privada”, afirmou o conselheiro municipal pelos usuários (as), Paulo Mariante.

Por unanimidade, a mesa e os presentes se posicionaram contrários à privatização. Entre os aspectos negativos desse processo, está a precarização do serviço, uma vez que a empresa contrata os profissionais por salários mais baixos, sem exigir a qualificação necessária. A alegação dos gestores, de que a privatização visa a reduzir o tempo de espera no serviço, foi contestada pelos debatedores, uma vez que rapidez, não necessariamente, é sinônimo de qualidade no atendimento. Outra conclusão unânime do debate, foi a necessidade urgente da administração realizar concurso público para repor o quadro de servidores, que está seriamente defasado.

Segundo os participantes, trata-se de uma situação orquestrada. Precariza-se o serviço para justificar a privatização. Entretanto, nas unidades privatizadas, o atendimento continua precário.   

debate Anchieta

 

As demandas do CMS em defesa do SUS tem apoio do Projeto WASH – Workshop Aficionados em Software e Hardware, na divulgação das ações por educação permanente e continuada de saúde.

 

Delma Medeiros/Especial para o CMS, via Projeto WASH