Privatização da UPA Campo Grande: Conselho de Saúde se pronuncia com recomendação contrária

Terceirizações são sinônimo de fragmentação, dificuldade de construir redes comunicativas e encarecimento de serviços", diz Conselho

sala espera UPA campo grandeO Conselho Municipal de Saúde de Campinas (CMS), manifestando-se "mais uma vez contrário à privatização dos serviços públicos", recomendou à Secretaria de Saúde "que suspenda as iniciativas de terceirização e privatização dos serviços de urgência e emergência da cidade". Em vez disso, afirma o documento do Conselho, devem ser direcionados "todos seus esforços para buscar estratégias e ações para melhorá-los e torná-los efetivos através da gestão pública e com trabalhadores/as estáveis e concursados/as".

A manifestação, aprovada na reunião da quarta-feira, 08/09, acontece após o Conselho tomar conhecimento de informações que passaram a circular, nas últimas semanas, entre trabalhadores(as) das Unidades de Pronto Atendimento sobre a sua privatização, que seria iniciada pela UPA Campo Grande.

Para o Conselho Municipal, o processo de terceirização e a privatização do SUS em Campinas não é novidade, já estando em curso há mais de uma década. "Aproximadamente 45% do orçamento da Saúde é destinado à compra de serviços privados, inclusive de atividades fins. O Complexo Hospitalar Ouro Verde, como já denunciado várias vezes pelo Conselho Municipal de Saúde, é colonizado por inúmeras empresas de assistência à saúde e de terceirização de mão de obra, inclusive sob a forma de 'pejotização'", diz o documento.

Sobre os problemas enfrentados pela população no atendimento da UPA Campo Grande, o Conselho indica que fazem parte do processo. "A história se repete: sucateamento do serviço, plantões incompletos, inúmeras horas de espera para atendimento, fruto da falta de vontade política de se ter um estado resolutivo, justificam a entrega para a iniciativa privada, ainda que sob a grife de alguma universidade".

Em resposta, por meio de sua assessoria de imprensa, a Rede Mário Gatti enviou a seguinte nota:

"Diante da impossibilidade de realização de concurso público, a Rede Mário Gatti vem estudando várias soluções para recompor o quadro de funcionários, mas ainda não há uma definição. Assim que houver, será anunciado". A impossibilidade de convocar concurso público se deve à lei federal de enfrentamento da pandemia, esclareceu a assessoria.

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